PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Poucos Cabo-verdianos com sida comunicam sua situação à família, diz estudo
Praia, Cabo Verde (PANA) - Apenas um em cada quatro pessoas infetadas com o VIH, vírus da sida, em Cabo Verde comunica a sua situação à família, de acordo com um estudo a que a PANA teve acesso na cidade da Praia.
O estudo sobre "Estigma e Discriminação", apresentado no âmbito do Dia Mundial da Luta contra a Sida, dá conta também que a maioria dos seropositivos cabo-verdianos revelam uma baixa autoestima e que mais de metade opta por não ter filhos privando-se de relações sexuais.
Um mais recente relatório do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre VIH/SIDA (ONUSIDA), divulgado em novembro último, coloca Cabo Verde entre os países onde "é mais preocupante" a situação das pessoas que vivem com o vírus de sida.
No entanto, 89,7 porcento dos Cabo-verdianos que vivem com o VIH/Sida asseguram não ser vítimas de discriminação no acesso à educação, saúde e mercado de trabalho, na família ou no seio da comunidade.
Apesar deste baixo índice de discriminação e de estigmatização, os dados revelam também que a maioria dos inquiridos sofrem de autoestigma, com 52,3% a manifestarem uma baixa autoestima e que mais da metade decide não ter filhos e privar-se de relações sexuais.
O documento visava aferir o índice de estigma e discriminação das pessoas que vivem com este vírus.
De acordo com os mesmos dados, foram inquiridas 543 pessoas durante o ano de 2015 e, apesar da incidência do VIH ser maior nos homens, as mulheres notificam em maior proporção a sua condição serológica.
O estudo permitiu ainda apurar que a maioria das pessoas seropositivas, ou seja 57 porcento, vive com o vírus há mais de cinco anos, sendo as mulheres as que têm a maior longevidade.
Em Cabo Verde, contrariamente à média global em que seis em cada 10 seropositivos são separados/divorciados, solteiros ou viúvos, a maioria da população seropositiva é adulta e tem filhos.
O estudo revela ainda que existe a consciencialização, sobretudo entre mulheres, da necessidade de fazer testes de despistagem do VIH/Sida e que a procura de um diagnóstico é feita em larga maioria por iniciativa dos próprios sidosos.
Segundo o estudo, o tratamento antirretroviral é generalizado em todos os concelhos e as novas infeções atingem de forma marginal crianças, demonstrando sucesso no combate à transmissão mãe/filho.
Na cerimónia das comemorações alusivas ao Dia Internacional de luta contra a SIDA, assinalado este ano sob o lema “Aceda aos direitos da equidade no acesso aos serviços de prevenção e controlo”, o ministro cabo-verdiano da Saúde e Segurança Social, Arlindo do Rosário, reconheceu que, para Cabo Verde poder atingir a meta da Organização Mundial da Saúde (OMS) da redução das infeções com o VIH/Sida em 90 porcento até 2020, vai ser um “desafio enorme” na mobilização de recursos para a sua efetivação.
“O caminho que o país fez põe em evidência os ganhos importantes e nunca é demais reforçar”, frisou Arlindo do Rosário, assinalando que “hoje temos melhor conhecimento da epidemia e, no próximo ano vamos fazer a implementação do IV Plano Estratégico Nacional na luta contra a Sida para pormos em ação os objetivos do país”.
O governante que reconhece o impacto social e económico que esta epidemia tem para o país, adiantando que, nos tempos atuais, "é precisa uma definição de melhores estratégias para que as respostas possam ser mais eficazes e eficientes".
Neste âmbito, anunciou que, em 2017, será realizado um inquérito e que o país terá a oportunidade de atualizar os dados do HIV e acelerar respostas para que “a sida deixe de ser um risco para a saúde pública em 2030”.
-0- PANA CS/DD 02dez2016
O estudo sobre "Estigma e Discriminação", apresentado no âmbito do Dia Mundial da Luta contra a Sida, dá conta também que a maioria dos seropositivos cabo-verdianos revelam uma baixa autoestima e que mais de metade opta por não ter filhos privando-se de relações sexuais.
Um mais recente relatório do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre VIH/SIDA (ONUSIDA), divulgado em novembro último, coloca Cabo Verde entre os países onde "é mais preocupante" a situação das pessoas que vivem com o vírus de sida.
No entanto, 89,7 porcento dos Cabo-verdianos que vivem com o VIH/Sida asseguram não ser vítimas de discriminação no acesso à educação, saúde e mercado de trabalho, na família ou no seio da comunidade.
Apesar deste baixo índice de discriminação e de estigmatização, os dados revelam também que a maioria dos inquiridos sofrem de autoestigma, com 52,3% a manifestarem uma baixa autoestima e que mais da metade decide não ter filhos e privar-se de relações sexuais.
O documento visava aferir o índice de estigma e discriminação das pessoas que vivem com este vírus.
De acordo com os mesmos dados, foram inquiridas 543 pessoas durante o ano de 2015 e, apesar da incidência do VIH ser maior nos homens, as mulheres notificam em maior proporção a sua condição serológica.
O estudo permitiu ainda apurar que a maioria das pessoas seropositivas, ou seja 57 porcento, vive com o vírus há mais de cinco anos, sendo as mulheres as que têm a maior longevidade.
Em Cabo Verde, contrariamente à média global em que seis em cada 10 seropositivos são separados/divorciados, solteiros ou viúvos, a maioria da população seropositiva é adulta e tem filhos.
O estudo revela ainda que existe a consciencialização, sobretudo entre mulheres, da necessidade de fazer testes de despistagem do VIH/Sida e que a procura de um diagnóstico é feita em larga maioria por iniciativa dos próprios sidosos.
Segundo o estudo, o tratamento antirretroviral é generalizado em todos os concelhos e as novas infeções atingem de forma marginal crianças, demonstrando sucesso no combate à transmissão mãe/filho.
Na cerimónia das comemorações alusivas ao Dia Internacional de luta contra a SIDA, assinalado este ano sob o lema “Aceda aos direitos da equidade no acesso aos serviços de prevenção e controlo”, o ministro cabo-verdiano da Saúde e Segurança Social, Arlindo do Rosário, reconheceu que, para Cabo Verde poder atingir a meta da Organização Mundial da Saúde (OMS) da redução das infeções com o VIH/Sida em 90 porcento até 2020, vai ser um “desafio enorme” na mobilização de recursos para a sua efetivação.
“O caminho que o país fez põe em evidência os ganhos importantes e nunca é demais reforçar”, frisou Arlindo do Rosário, assinalando que “hoje temos melhor conhecimento da epidemia e, no próximo ano vamos fazer a implementação do IV Plano Estratégico Nacional na luta contra a Sida para pormos em ação os objetivos do país”.
O governante que reconhece o impacto social e económico que esta epidemia tem para o país, adiantando que, nos tempos atuais, "é precisa uma definição de melhores estratégias para que as respostas possam ser mais eficazes e eficientes".
Neste âmbito, anunciou que, em 2017, será realizado um inquérito e que o país terá a oportunidade de atualizar os dados do HIV e acelerar respostas para que “a sida deixe de ser um risco para a saúde pública em 2030”.
-0- PANA CS/DD 02dez2016