PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Perspectiva de línguas africanas na educação
Ouagadougou- Burkina Faso (PANA) -- Relegadas no segundo plano durante muito tempo, as línguas africanas vão encontrar brevemente o seu lugar no ensino escolar, se para além das declarações de intenção, os dirigentes africanos aceitarem pôr em prática as resoluções da conferência de Ouagadougou (Burkina Faso) sobre a educação multilíngue.
Com efeito, desde quarta-feira, 26 países africanos estão reunidos na capital burkinabe, para dar o pontapé de saída da introdução das línguas africanas na educação, depois da reunião de Windhoek (Namíbia) de 2005, onde todos os especialistas e actores das línguas e da educação reconheceram a importância do ensino em línguas maternas.
Nesta conferência, ponto de partida duma mobilização para a efectividade do ensino das línguas e culturas africanas na educação, os Ministérios africanos da Educação, profissionais e peritos das mesmas instituições comprometer-se-ão a partilhar lições aprendidas sobre as práticas concretas que permitem instaurar políticas de educação multilingues eficazes.
As experiências dos países, como o Burkina Faso, o Malawi e a Etiópia, permitirão mostrar aos ministros as linhas mestras para alcançar a integração das línguas e culturas africanas na educação e desenvolver pólos de qualidade interrestaduais sobre a utilização das mesmas para criar uma rede de mutualização comum.
As vezes criticada nalguns países, por causa de ramificações políticas, a utilização da língua materna é, no entender dos peritos, um factor importante para a inclusão e a qualidade na educação.
Segundo um estudo de 2005 encomendado pela Associação para o Desenvolvimento da Educação em África (ADEA), o Instituto da UNESCO para a Aprendizagem Durante toda a Vida (UIL), e pala Cooperação Alemã (GTZ), a educação multilíngue deverá ser encorajada como uma escolha estratégica para melhorar não só a aprendizagem nos alunos em todos os níveis, mas igualmente como um sistema educativo eficaz.
Avaliações revelam que os estudantes das escolas bilingues no Mali, na Zâmbia, no Níger, no Burkina Faso, no Senegal e na Nigéria dominam melhor a matemática, as ciências e línguas, incluindo o francês e o inglês, do que estudantes de instituições unilíngues.
Segundo vários estudos, o fiasco escolar, nomeadamente as taxas elevadas de abandono e repetição entre os alunos a todos os níveis de instruções, está numa larga medida ligada ao facto de as crianças aprender a ler, adquirir conhecimentos e passar provas numa língua que, muitas vezes não dominam nem praticam em casa com os seus pares.
A repetição do ano escolar é não só um fiasco em termos de custos, mas pode ainda desanimar os alunos ao ponto de os conduzir à desistência definitiva e ao regresso ao analfabetismo, deixando de gozar do seu direito à educação de base.
A utilização das línguas como meios de instrução é considerada como um dos factores chaves na busca para a melhoria da qualidade e do acesso à educação em África.
Para o secretário-executivo da ADEA, Ahlin Byll Cataria, "não é preciso ver na língua unicamente um instrumento de trabalho, mas todos os fundamentos das nossas sociedades".
"Quando falamos das línguas africanas na educação, é preciso certamente insistir na qualidade da aprendizagem que isto permite, mas para além da qualidade, há todas as referências sociais, culturais e filosóficas", acrescentou.
"As nossas línguas africanas têm referências para a Governação da sociedade e da democracia, existe expressões e provérbios que traduzem melhores estes conceitos", prosseguiu, Byll Cataria, indicando que são desenvolvidos princípios de justiça, solidaridade, ética e respeito individual.
A reunião de Ouagadougou será decisiva nesta iniciativa que apenas vai engrandecer a escola e reconciliar África consigo mesma.
As riquezas linguísticas africanas vão sair dos mares de esquecemento para enriquecer programas de ensino permitindo preparar a vida dos cidadãos que já não estarão desconectados com o seu meio ambiente, mas enraizar-se-ão na sua cultura para fazer face ao desenvolvimento dos seus países.
Estão convidados neste encontro a África do Sul, Angola, o Benin, o Botswana, os Camarões, o Congo-Brazzaville, a Côte d'Ivoire, a Etiópia, o Gana, a Líbia, o Malawi, o Mali, Madagáscar, as ilhas Maurícias, Moçambique, a Namíbia, a Nigéria, o Níger, o Uganda, a República Centro-Africana, a República Democrática do Congo, o Ruanda, o Senegal, o Tchad e a Zâmbia.
Com efeito, desde quarta-feira, 26 países africanos estão reunidos na capital burkinabe, para dar o pontapé de saída da introdução das línguas africanas na educação, depois da reunião de Windhoek (Namíbia) de 2005, onde todos os especialistas e actores das línguas e da educação reconheceram a importância do ensino em línguas maternas.
Nesta conferência, ponto de partida duma mobilização para a efectividade do ensino das línguas e culturas africanas na educação, os Ministérios africanos da Educação, profissionais e peritos das mesmas instituições comprometer-se-ão a partilhar lições aprendidas sobre as práticas concretas que permitem instaurar políticas de educação multilingues eficazes.
As experiências dos países, como o Burkina Faso, o Malawi e a Etiópia, permitirão mostrar aos ministros as linhas mestras para alcançar a integração das línguas e culturas africanas na educação e desenvolver pólos de qualidade interrestaduais sobre a utilização das mesmas para criar uma rede de mutualização comum.
As vezes criticada nalguns países, por causa de ramificações políticas, a utilização da língua materna é, no entender dos peritos, um factor importante para a inclusão e a qualidade na educação.
Segundo um estudo de 2005 encomendado pela Associação para o Desenvolvimento da Educação em África (ADEA), o Instituto da UNESCO para a Aprendizagem Durante toda a Vida (UIL), e pala Cooperação Alemã (GTZ), a educação multilíngue deverá ser encorajada como uma escolha estratégica para melhorar não só a aprendizagem nos alunos em todos os níveis, mas igualmente como um sistema educativo eficaz.
Avaliações revelam que os estudantes das escolas bilingues no Mali, na Zâmbia, no Níger, no Burkina Faso, no Senegal e na Nigéria dominam melhor a matemática, as ciências e línguas, incluindo o francês e o inglês, do que estudantes de instituições unilíngues.
Segundo vários estudos, o fiasco escolar, nomeadamente as taxas elevadas de abandono e repetição entre os alunos a todos os níveis de instruções, está numa larga medida ligada ao facto de as crianças aprender a ler, adquirir conhecimentos e passar provas numa língua que, muitas vezes não dominam nem praticam em casa com os seus pares.
A repetição do ano escolar é não só um fiasco em termos de custos, mas pode ainda desanimar os alunos ao ponto de os conduzir à desistência definitiva e ao regresso ao analfabetismo, deixando de gozar do seu direito à educação de base.
A utilização das línguas como meios de instrução é considerada como um dos factores chaves na busca para a melhoria da qualidade e do acesso à educação em África.
Para o secretário-executivo da ADEA, Ahlin Byll Cataria, "não é preciso ver na língua unicamente um instrumento de trabalho, mas todos os fundamentos das nossas sociedades".
"Quando falamos das línguas africanas na educação, é preciso certamente insistir na qualidade da aprendizagem que isto permite, mas para além da qualidade, há todas as referências sociais, culturais e filosóficas", acrescentou.
"As nossas línguas africanas têm referências para a Governação da sociedade e da democracia, existe expressões e provérbios que traduzem melhores estes conceitos", prosseguiu, Byll Cataria, indicando que são desenvolvidos princípios de justiça, solidaridade, ética e respeito individual.
A reunião de Ouagadougou será decisiva nesta iniciativa que apenas vai engrandecer a escola e reconciliar África consigo mesma.
As riquezas linguísticas africanas vão sair dos mares de esquecemento para enriquecer programas de ensino permitindo preparar a vida dos cidadãos que já não estarão desconectados com o seu meio ambiente, mas enraizar-se-ão na sua cultura para fazer face ao desenvolvimento dos seus países.
Estão convidados neste encontro a África do Sul, Angola, o Benin, o Botswana, os Camarões, o Congo-Brazzaville, a Côte d'Ivoire, a Etiópia, o Gana, a Líbia, o Malawi, o Mali, Madagáscar, as ilhas Maurícias, Moçambique, a Namíbia, a Nigéria, o Níger, o Uganda, a República Centro-Africana, a República Democrática do Congo, o Ruanda, o Senegal, o Tchad e a Zâmbia.