PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Oposição angolana contraria versão oficial sobre morte de polícias no Huambo
Luanda, Angola (PANA) – A oposição angolana contrariou a versão oficial sobre a morte de nove polícias, quinta-feira passada, no sul do país, imputada a membros duma seita dissidente da Igreja Adventista do Sétimo Dia, afirmando que eles morreram maioritariamente num acidente rodoviário.
Falando durante uma conferência de imprensa na capital, Luanda, a direção da UNITA, principal partido da oposição, indicou que apenas três dos nove elementos da Polícia foram abatidos a tiro, enquanto os restantes “terão falecido em resultado de um acidente de viação”.
Citando “testemunhos de munícipes” da Caála, local do incidente, o secretário-geral da UNITA (União Nacional para a Independência Total de Angola), Vitorino Nhany, disse que o comandante local da Polícia “terá falhado na sua missão de persuadir os membros da seita a dispersar o acampamento e regressarem às suas aldeias”.
Em resultado, disse, a Polícia terá amarrado o líder da seita, José Julino Kalupeteka, e os fiéis terão interferido, “tendo desarmado os dois polícias que acompanhavam o comandante e disparado contra os agentes da Polícia com as próprias armas da Polícia”.
“Os demais polícias, que estavam no carro à certa distância, retiraram-se aceleradamente em busca de reforços. Infelizmente, a viatura capotou e todos faleceram em resultado do acidente de viação”, precisou Nhany, sublinhando que “esta é a versão dos munícipes”.
Vitorino Nhany indicou haver igualmente contradição sobre a natureza da seita em causa, a “Sétimo Dia A Luz do Mundo”, apresentada pelo Governo como “uma seita ilegalizada que periga a paz e a estabilidade”, enquanto “os munícipes falam de uma seita com quem o Executivo mantinha relações privilegiadas há alguns anos”.
A este propósito, ele interrogou-se “como foi possível uma seita não legalizada desenvolver ação por tanto tempo sem que a autoridade competente pusesse termo a isso?”.
"Como foi possível haver encontros amigáveis entre esse chefe fundamentalista e o Governo Provincial do Huambo, quer no Palácio, quer na montanha onde se tinha instalado, tendo até recebido desse Governo uma viatura Toyota Prado, um gerador de alta potência e um trator?
“Como foi possível um membro da direção do partido que governa o país (…) ser fiel seguidor de uma seita ilegal?”, continuou, denunciando a aparição do primeiro secretário do MPLA (partido no poder), Miguel Somakesenje, em imagens ao lado de Kalupeteka, "a participar nos cultos dessa seita”.
Segundo ele, membros do Executivo local assistiam aos seus cultos ou eventos e terão utilizado o líder da seita para fazer campanha política contra a UNITA em algumas das aldeias durante as eleições de 2012.
Ainda recentemente, insistiu, o líder da seita terá recebido do Executivo, a título de oferta, “uma viatura de marca Toyota Prado”.
“O Executivo não diz exatamente quantos cidadãos pacíficos e desarmados, que nada têm a ver com os ataques à Polícia ou com Kalupeteka, terão sido mortos em retaliação ao assassinato dos polícias. Os munícipes falam de centenas de mortes por armas pesadas a partir de helicópteros, que dispararam indiscriminadamente sobre todas as casas na área adjacente à serra onde estava instalado o acampamento”, afirmou.
O dirigente da UNITA, antiga rebelião armada transformada em partido político, admitiu contudo que “só uma investigação séria e isenta poderá determinar os factos que realmente terão ocorrido na Serra do Sumi na passada semana”.
-0- PANA IZ 24abril2015
Falando durante uma conferência de imprensa na capital, Luanda, a direção da UNITA, principal partido da oposição, indicou que apenas três dos nove elementos da Polícia foram abatidos a tiro, enquanto os restantes “terão falecido em resultado de um acidente de viação”.
Citando “testemunhos de munícipes” da Caála, local do incidente, o secretário-geral da UNITA (União Nacional para a Independência Total de Angola), Vitorino Nhany, disse que o comandante local da Polícia “terá falhado na sua missão de persuadir os membros da seita a dispersar o acampamento e regressarem às suas aldeias”.
Em resultado, disse, a Polícia terá amarrado o líder da seita, José Julino Kalupeteka, e os fiéis terão interferido, “tendo desarmado os dois polícias que acompanhavam o comandante e disparado contra os agentes da Polícia com as próprias armas da Polícia”.
“Os demais polícias, que estavam no carro à certa distância, retiraram-se aceleradamente em busca de reforços. Infelizmente, a viatura capotou e todos faleceram em resultado do acidente de viação”, precisou Nhany, sublinhando que “esta é a versão dos munícipes”.
Vitorino Nhany indicou haver igualmente contradição sobre a natureza da seita em causa, a “Sétimo Dia A Luz do Mundo”, apresentada pelo Governo como “uma seita ilegalizada que periga a paz e a estabilidade”, enquanto “os munícipes falam de uma seita com quem o Executivo mantinha relações privilegiadas há alguns anos”.
A este propósito, ele interrogou-se “como foi possível uma seita não legalizada desenvolver ação por tanto tempo sem que a autoridade competente pusesse termo a isso?”.
"Como foi possível haver encontros amigáveis entre esse chefe fundamentalista e o Governo Provincial do Huambo, quer no Palácio, quer na montanha onde se tinha instalado, tendo até recebido desse Governo uma viatura Toyota Prado, um gerador de alta potência e um trator?
“Como foi possível um membro da direção do partido que governa o país (…) ser fiel seguidor de uma seita ilegal?”, continuou, denunciando a aparição do primeiro secretário do MPLA (partido no poder), Miguel Somakesenje, em imagens ao lado de Kalupeteka, "a participar nos cultos dessa seita”.
Segundo ele, membros do Executivo local assistiam aos seus cultos ou eventos e terão utilizado o líder da seita para fazer campanha política contra a UNITA em algumas das aldeias durante as eleições de 2012.
Ainda recentemente, insistiu, o líder da seita terá recebido do Executivo, a título de oferta, “uma viatura de marca Toyota Prado”.
“O Executivo não diz exatamente quantos cidadãos pacíficos e desarmados, que nada têm a ver com os ataques à Polícia ou com Kalupeteka, terão sido mortos em retaliação ao assassinato dos polícias. Os munícipes falam de centenas de mortes por armas pesadas a partir de helicópteros, que dispararam indiscriminadamente sobre todas as casas na área adjacente à serra onde estava instalado o acampamento”, afirmou.
O dirigente da UNITA, antiga rebelião armada transformada em partido político, admitiu contudo que “só uma investigação séria e isenta poderá determinar os factos que realmente terão ocorrido na Serra do Sumi na passada semana”.
-0- PANA IZ 24abril2015