Agência Panafricana de Notícias

Nigerianos divididos após declarações de Kadafi sobre seu país

Lagos- Nigéria (PANA) -- As declarações do líder Muamar Kadafi sobre a Nigéria país foram diversamente acolhidas pelos Nigerianos, com uns a considerarem-nas exageradas e outros a defenderem que elas devem suscitar a reflexão.
O Governo nigeriano ainda coninuava indignado pela sugestão de Kadafi que apelou para uma divisão do país como resposta às violências entre muçulmanos e cristãos quando uma outra declaração do líder líbio veio "botar lenha no fogo".
Este último reconheceu que uma divisão da Nigéria não resolverá obrigatoriamente o problema, pois "para além da questão religiosa, existem outros povos que reclamam pela sua independência".
Esta última declaração intensificou a tensão entre os dois países que já era marcada pela convocação para consultas do embaixador nigeriano em Tripoli.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Ozo Nwobu, reagiu exprimindo a sua "muito grave preocupação face a estas declarações".
No entanto, nem todos os Nigerianos estão furiosos contra Kadafi, de acordo com as declarações dum líder religioso.
Segundo Mashuâd Fashola, um líder religioso, os Governos nigerianos a todos os níveis devem ser responsabilizados pelos diferentes problemas que o país vive.
"O nosso problema não é religioso, nem étnico mas os nossos líderes que contribuíram deliberadamente para o saque do país.
Eles utilizam a religião e o etnicismo para dividir o povo", indicou.
No seu entender, a Nigéria é uma sociedade multiétnica, multirreligiosa e plurilinguística e, apesar destas diferenças, "os cidadãos nigerianos ordinários são pacíficos e trabalhadores.
Infelizmente, os políticos querem a todo o custo dividir o povo pelos seus interesses egoístas".
Um outro Nigeriano, Williams Oseweize, também corrobora sublinhando que "em vez de fustigar o líder líbio, as elites no poder devem tirar uma lição da maneira como ele utilizou o dinheiro proveniente do petróleo para transformar o seu país".
"Eu não digo que ele sugeriu a melhor solução.
Kadafi teve realmente nestes últimos 40 anos um impacto positivo sobre o seu povo.
É o desafio que devem enfrentar os nossos líderes", acrescentou.