Mudanças climáticas ameaçam ganhos de desenvolvimento de África, alerta sua comissária
Baku, Azerbaijão (PANA) - Alterações climáticas constituem uma ameaça para as economias de África e coloca em risco os ganhos do seu desenvolvimento, declarou uma comissária da União Africana (UA), Josefa Correia Sacko.
Tomando a palavra durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP29), naquela cidade capital azerbaijana, Josefa Sacko considerou estas alterações “existenciais” para as comunidades, os ecossistemas, a sua prosperidade, incluindo os meios de subsistência da população.
A seu ver, para enfrentar este desafio, África desenvolveu uma resposta coletiva e regional às alterações climáticas e um plano de ação tanto para reforçar a capacidade de adaptação e a resiliência do continente quanto para alcançar a longo prazo um desenvolvimento transformador, com baixas emissões e resistente ao clima.
Neste particular, a estratégia e plano de ação da UA para estes textos e o desenvolvimento resiliente procura harmonizar a abordagem do continente face a este mal durante a próxima década, estabelecendo princípios orientadores, prioridades e áreas de ação para uma maior cooperação climática, disse a diplomata angolana ao serviço da UA.
Sublinhou que a estratégia e os atuais esforços dos países africanos em matéria de clima fornece um quadro em torno do qual África, enquanto continente, pode construir sociedades resilientes, desbloquear o potencial de atenuação, aproveitar as oportunidades de uma economia verde florescente e desenvolver parcerias para apoiar uma transição justa, inclusiva e equitativa.
“Um fator determinante para o êxito da estratégia a longo prazo será a sua capacidade de transformar estas intenções prescritivas em acções significativas, identificando pontos de entrada específicos para uma execução conjunta”, frisou a diplomata, encarregue da Agricultura, Desenvolvimento Rural, Economia Azul e Ambiente Sustentável da UA.
Garantiu, nessa ocasiao, que a natureza desta temática está especialmente centrada nos objetivos amplos e enquadrados na Agenda 2063, bem como no seu programa de estímulo verde e no plano de ação para a recuperação verde.
A temática procura ainda alinhar-se com uma série de quadros globais, incluindo os objetivos de desenvolvimento sustentável da Agenda 2030 das Nações Unidas, o quadro de Sendai para a redução do risco de catástrofes e a Convenção sobre a diversidade biológica.
Fez saber que, com base nos desafios e oportunidades comuns, que o continente enfrenta, incluindo planos para alavancar as dotações naturais, o potencial das energias renováveis, as soluções baseadas na natureza, as vias industriais transformadoras, as abordagens da economia verde e circular constituem pontos fortes da estratégia.
A comissária anunciou que foi criada uma unidade de financiamento climático, que tem trabalhado por forma a concretizar o pilar de um plano para mobilizar recursos a fim de apoiar os Estados membros e o desenvolvimento, bem como a implementação de programas multi-países para as alterações climáticas.
Por outro lado, assegurou que, em consonância com a exploração de potenciais financiamentos inovadores para o clima, a Comissão da União Africana (CUA) tem em vista uma plataforma crucial para o continente explorar as potenciais opções que são os mercados de carbono para alavancar e obter as oportunidades e benefícios adequados neste setor emergente.
Concluindo, Josefa Sacko exortou os Estados membros a esforçarem-se para resolverem os défices e as lacunas de governação e criarem instituições mais fortes por forma a poderem mitigar a miríade de desafios que têm impedido a maioria dos países de traduzirem as suas contribuições nacionalmente determinadas em resultados concretos de desenvolvimento sustentável.
-0- PANA JF/DD 15nov2024