Agência Panafricana de Notícias

Estado burundês proclama fim da guerra

Bujumbura- Burundi (PANA) -- A guerra civil no Burundi é doravante "apenas uma velha lembrança" e o processo de paz irreversível", afirmou sexta-feira o primeiro Vice-Presidente burundês, Yves Sahinguvu, numa reunião em Bujumbura com diplomatas estrangeiros.
"Hoje, nós podemos afirmar que a guerra acabou e que o processo de paz é irreversível", declarou o dirigente burundês antes de exprimir a gratidão do seu povo à comunidade internacional pelo seu "precioso apoio".
Sahinguvu disse ter baseado o seu optimismo nos progressos feitos nos últimos dias na aplicação integral do acordo de cessar-fogo com as Forças Nacionais de Libertação (FNL, último movimento rebelde ainda activo no país), agora prontas para se tornar num partido político e entrar nas diferentes instituições estatais nacionais, para dar uma paz duradoura ao país após mais de uma década de guerra civil.
"Se nós dizemos que a guerra acabou, as consequências, porém, estão sempre presentes", enfatizou, lembrando que o tecido social e as infraestruturas socioeconómicas foram destruídos.
"Enquanto a economia nacional não for restabelecida, a serenidade dos Burundeses não voltará e os pesadelos da guerra estarão sempre vivos", preveniu o Vice-Presidente encarregue das Questões Políticas, de Segurança e Administrativas do Burundi.
Segundo ele, o Burundi não pode fazer face sozinho às imensas necessidades ligadas à reconstrução nacional, pelo que lançou um apelo urgente aos doadores bilaterais e multilaterais do país para garantir a consolidação e a perenidade da paz no país através de "ajudas financeiras maciças".
O líder das FNL, Agathon Rwasa, estava igualmente na sala e tomou brevemente a palavra para apelar, por sua vez, para um "Plano Marshall" a fim de ajudar o Burundi a reconstruir-se da mesma maneira como os Estados Unidos o tinham feito a favor da Europa após a Segunda Guerra mundial.
O medianeiro no conflito burundês e ministro sul-africano da Defesa Nacional, Charles Nqakula, também não escondeu a sua alegria de ver que os beligerantes de ontem falavam hoje a mesma linguagem das preocupações que ainda assolam o país.
"A comunidade internacional continua disposta a acompanhá-los no caminho duma paz duradoura e da reconstrução socioeconómica, mas eu devo à verdade dizer que o essencial das respostas às preocupações nacionais provirá dos próprios burundeses", realçou o medianeiro sul-africano.
Um comunicado final da reunião de Bujumbura, entre o Governo burundês e os seus parceiros internacionais sobre as vias e meios de consolidar a paz no país, é esperado sábado ao início da tarde, segundo o programa do encontro transmitido à imprensa.