Agência Panafricana de Notícias

CNDD acusado de falsas promessas sobre minas na Guiné-Conakry

Paris- França (PANA) -- O Conselho Nacional para a Democracia e Desenvolvimento (CNDD), a junta no poder na Guiné-Conakry, demonstrou falta de vontade política que impediu o país de renegociar todos os seus contratos mineiros, deplorou segunda-feira o presidente da secção guineense da campanha "Publiquem o que Pagam" (PCQVP), Mamadou Taran Diallo.
"É com base na sua promessa de reconsiderar todos os contratos mineiros que a junta foi acolhida.
Cerca de um ano depois, este compromisso não foi cumprido.
Os militares vagueiam sem saber como e com quem resolver a questão", disse Mamadou Diallo à margem dum encontro organizado em Paris com outras secções africanas da PCQVP.
Afirmou que se o CNDD tivesse a firme vontade de renegociar os contratos mineiros, as multinacionais não seriam capazes de o impedir.
"Os contratos mineiros inscrevem-se numa parceria entre o Estado guineense e as empresas estrangeiras.
Quando o Estado manifesta a sua autoridade, a revisão dos contratos mineiros é feita", indicou o militante associativo.
Dando o exemplo da mina de alumina de Friguia, reafirmou a vondade da sociedade civil guineense de se bater para obter a revisão de todos os contratos mineiros nos quais os interesses do povo não foram suficientemente considerados.
"Manifestamente, a fábrica de alumina de Friguia foi subavaliada durante a sua retomada por Rusial (grupo russo, número mundial de alumínio).
Há consenso sobre a necessidade de renegociar este contrato.
Mas por enquanto, a Guiné-Conakry não obteve nada", deplorou o presidente da secção guineense de PCQVP.
Primeira produtora mundial de bauxite, a Guiné-Conakry produz igualmente alumínio.
Apesar das riquezas mineiras e naturais do país, cerca de 52 por cento dos Guineenses vivem abaixo da linha de pobreza fixada em menos de um dólar americano por dia pelas Nações Unidas.